Histórico
Seu projeto (chamado de projeto 676) demorou cerca de dois anos, sendo finalmente apresentado na abertura do VI Salão do Automóvel de São Paulo, num sábado, dia 19 de Novembro de 1968, já como linha 1969. A fórmula do Opala combinava a carroceria alemã do Opel Rekord C / Opel Commodore A, fabricado de 1966 a 1971, à mecânica norte-americana do Chevrolet Impala. E ao longo de seus 23 anos e cinco meses de produção contínua, passou por diversos aprimoramentos mecânicos e modificações estéticas, sendo fabricado na cidade paulista de São Caetano do Sul, localizada na Região Metropolitana de São Paulo, até ao dia 16 de Abril de 1992, uma quinta-feira. Durante o período em que esteve em produção, foram oferecidas paralelamente duas opções de motores ao Opala: 4 ou 6 cilindros, tanto para as versões básicas, quanto luxuosas ou esportivas. Todos os motores usados no Opala foram derivados de motores da Chevrolet Norte-Americana. Essa mistura, onde combinava-se um motor americano a uma carroceria alemã, curiosamente resultou na peculiaridade de conviverem no mesmo projeto componentes com especificações técnicas baseadas no sistema de medidas Inglês, nos componentes do motor e transmissão, e no sistema métrico usado na Alemanha e no Brasil nas demais partes do veículo.
Dentre as qualidades do Opala, é notável o acerto dos freios, direção, e suspensão bastante equilibradas, sobretudo após as mudanças feitas nos modelos pós 1980, aliado a isto, o conforto de um carro potente e com bastante torque, o que resulta em saídas rápidas e muita força em subidas de serra, ultrapassagens e retomadas de velocidade mais que seguras na estrada. Apesar do tamanho, é um veículo fácil de conduzir na cidade, e bastante veloz na estrada. Na época do seu lançamento, o carro foi um pouco criticado por seu acabamento inferior em relação ao seus "irmãos" americanos, o que foi resolvido anos depois pela matriz brasileira.
Graças a suas características positivas, o Opala foi eleito pela Revista Auto esporte o Carro do Ano de 1972.
O Opala SS foi lançado em 1971, para disputar o mercado de carros esportivos, e vinha com um acabamento esportivo como um belo volante de 3-raios, bancos individuais, câmbio de 4 marchas no assoalho, rodas esportivas, e pintura especial com faixas esportivas, dependendo do ano veio também com capu e painel traseiro na cor preta. O painel vinha com marcador de RPM com escala que ia de 0rpm a 6000rpm, com a faixa amarela sinalizando atenção de 4500rpm a 5000rpm, dai em diante seguia com a marcação da escala em vermelho ate seu final em 6000rpm, com uma ressalva nos motores 250/s o conta-giros marcava ate 7000rpm. A partir de 1974 passou a ser oferecido também com o valente motor de 4 cilindros e 2.5cil.
Em 1976 estreiava o motor 250/S com tuchos mecânicos (apenas neste ano), e taxa de compressão elevada em 0,7 ponto, o que levou a revista 4 Rodas a elege-lo o carro mais veloz do Brasil com 190,47 km/h superando o modelo Dodge Charger da Chrysler e o Maverick da Ford. A versão SS foi oferecida com 4 portas somente em 1971, no ano seguinte, com 2 portas somente. Em 1974 ganhou a opção do motor 2.5 (151) quatro cilindros, a versão durou até 1980.
Em 1975, a linha Opala (que recebia uma reestilização mais abrangente) ganhava a versãoStation Wagon chamada Caravan. Desenvolvida a partir da carroceria da Opel Rekord C Caravan, trazia grande espaço para bagagem, com as mesmas opções de motores que equiparam as versões sedã e cupê, inclusive a versão Caravan SS, onde havia a opção dos motores 250-S e 151-S.
Para o ano de 1980 o Opala passou por uma forte mudança de estilo a fim de se adequar à moda das formas retangulares dos carros nos anos 80. Um novo desenho da frente e da traseira, com faróis e lanternas retangulares, embora a parte central da carroceria fosse mantida igual. Também surgiria a famosa versão topo-de-linha Diplomata, onde um pacote de itens de luxo equiparia a toda a família Opala Diplomata/Comodoro. Nesta mesma década de 80, o Opala passou a contar com suspensão mais eficiente e freios dianteiros a disco duplo ventilado, melhores que os antigos sólidos da década de 70, com a nova suspensão o Opala ganhava muito em estabilidade e segurança, antes indeciso em curvas oscilantes e arrancadas fortes, passaram a transmitir bem mais confiança ao piloto. Em 1981 mudava por dentro, ganhando um novo painel de instrumentos. Dentre os principais requintes, ressaltam-se o ar condicionado com saída para os passageiros no banco traseiro, a partir de 1985, recebia vidros elétricos, antena elétrica, retrovisores elétricos, porta malas com acionamento elétrico, travas elétricas, desembaçador do vidro traseiro, aquecedor interno, volante com regulagem de altura, dentre inúmeros recursos que o mantinha no topo da linha da GM brasileira. A partir daí, seguiram varios retoques em detalhes estéticos e aprimoramentos mecânicos, elétricos e de conforto até o fim da sua produção.
Várias organizações no Brasil adotaram o Opala e Caravan como veículos de suas frotas, foram muito usados como viatura de Polícia Civil e Militar, Guardas Municipais, Carro Oficial da Presidencia da República, Carro resgate do Corpo de Bombeiros, Ambulância, etc…
Sua confiabilidade, robustez e facilidade de manutenção, e baixo consumo de combustivel na versão 2.5 gasolina, também fizeram do Opala um dos carros mais utilizados como Táxi, em sua época.
A mecânica inteira do Opala também serviu de base para vários outros carros esportivos fora-de-série e réplicas fabricadas artesanalmente. Dentre estes destacam-se o Santa Matilde o Puma GTB e o Fera XK, que era uma replica do Jaguar XK de 2 lugares.
O Opala é um carro bem sucedido também em competições, onde acumula muitos títulos e recordes. Ressaltam-se as provas de Stock Car e Turismo, onde o Opala era concorrente direto do Ford Maverick GT V8.
E em provas de arrancada, onde cada vez têm-se estabelecidos novos recordes de potência e tempos, tanto em preparações aspiradas ou turbo alimentados. Em decorrência deste histórico de corridas, inúmeras receitas de customização surgiram, pela facilidade dos ajustes, grande durabilidade/resistencia de seus motores e grande disponibilidade de peças de alta performance para o Opala.
Uma das muitas façanhas do Opala foi ter estabelecido o recorde brasileiro de velocidade máxima. Em Julho de 1970 na Rodovia Castelo Branco em São Paulo, o piloto Bird Clemente, a bordo de um Opala 4 portas, bateu o recorde brasileiro de velocidade, seguindo todos os regulamentos da FIA, cravando 232,510km/h, bloco do motor, virabrequim, bielas, pistões, eram todos originais, a unica diferença era a taxa um pouco mais elevada, válvulas maiores e tres carburadores Weber. Vinte e um anos depois,(1991)..na direção de outro Opala, o piloto Fábio Sotto Mayor, estabelecia o novo recorde de velocidade, ao atingir 303,157 km/h, com um Opala 2 portas em um trecho da Rodovia Rio-Santos.
Cultura
O Opala é um veículo bastante luxuoso, com mecânica extremamente confiável e um excelente desempenho. Tornou-se objeto de desejo de muitas pessoas, sendo um dos mais cultuados automóveis brasileiros de sua época e com vários clubes dedicados ao modelo ainda hoje. São inúmeras as aparições de diversos Opalas em Filmes, Novelas, Livros e Músicas.
O último exemplar do Opala foi fabricado no dia 16 de abril de 1992, quando foi produzido o Opala de número 1 milhão. À ocasião de seu encerramento, mobilizou vários entusiastas e fãs do automóvel a sair em carreata nos arredores da fábrica em São Caetano do Sul, em protesto a retirada do modelo de linha.
Uma série limitada especial do encerramento da produção do Opala foi batizada Diplomata Collectors. Os últimos 100 Opalas produzidos levam este nome e traziam um VHS sobre a história do Opala, foram fabricados em apenas 3 cores : Azul Millos, Preto Memhpis e Vermelho Ciprius, também eram acompanhados de chaves banhadas a ouro e um certificado assinado pelo presidente da GM do Brasil.
O último Opala fabricado, um modelo Diplomata cor Azul Millos, foi cedido pela Chevrolet para o acervo de exposição do Museu da Tecnologia da ULBRA em Canoas, Rio Grande do Sul. O último 'Collector' fabricado que está em circulação atualmente, encontra-se com um membro do Fórum Opaleiros do Paraná, fabricado em 16 de abril 1992 e possui cor Vermelho Ciprius. O último exemplar fabricado da Caravan (também em 16 de abril de 1992) foi um modelo SL ambulância. A partir daí, o Opala teve como sucessor o Chevrolet Omega(fabricado no Brasil de 1992 a 1998), e a Caravan teve como sucessora a Chevrolet Omega Suprema (fabricada no Brasil de 1993 a 1996). Atualmente o Omega está em sua 3a geração, sendo importado da Austrália.
Motorizações
Opala 4 cilindros
Aos primeiros anos do Opala, o motor quatro cilindros de 2509 cm³ (153 pol³) basicamente era uma versão 4 cilindros do Stovebolt Americano. Originalmente desenvolvido para equipar a linha básica do Chevrolet Nova de 1961.Em 1974, com o objetivo de conferir maior suavidade ao Opala, o motor 4 cilindros recebeu alguns aperfeiçoamentos, a saber: aumento do diâmetro dos cilindros, com pistões mais leves, bielas mais longas, virabrequim com menor curso, e volante com maior massa. Com isso, a cilindrada foi ligeiramente reduzida para 2474 cm³ (151 pol³), onde ganhava-se grande suavidade no funcionamento, permitindo-se regimes de rotação mais elevados e um dirigir mais confortavel.
Este motor ainda passou por mais alguns refinamentos, caracterizando-o como 151-S, com novo coletor de admissão de alumínio, carburador de corpo duplo. Essas alterações visaram tornar o motor mais eficiente e o carro mais chamativo na opção SS.
Também foi oferecida a opção do álcool como combustível, um biocombustível de menor poder calórico, mas que produz mais potência que a gasolina por aceitar uma taxa de compressão mais elevada, além de ser menos poluente. Com isso, os Opalas 4 cilindros a álcool obtiveram acelerações mais rápidas e velocidade final consideravelmente superiores aos modelos a gasolina.
Para manter uma distinção entre as séries de motores, a GM tinha por costume aplicar uma pintura de diferentes cores aos motores em determinadas épocas, como o verde, que indicava que o motor era o 151S com carburação Weber 446 com corpo duplo, o azul, que indicava o motor 151 com carburador Solex H40 de corpo simples, e o amarelo, que indicava o motor a álcool com carburador Solex H34 de duplo estágio.
Os motores 4 cilindros dos Opalas são reconhecidos pelo torque, robustez, durabilidade, potencia condizente a que se propõe e com poucas modificações obtém-se elevada potência.
]Opala 6 cilindros
O motor de seis cilindros de 3.8 L (230 pol³) utilizado no Opala deriva da 3a geração do veterano Stovebolt. Tinha por características um bloco leve, e sete mancais no eixo virabrequim. Originalmente destinava-se a alguns modelos da GM Americana, dentre eles: Chevrolet Nova, Impala, Chevelle, Camaro, e alguns utilitários leves.
No Brasil, este motor seguiu passando por várias atualizações e inúmeros aperfeiçoamentos, inclusive após o encerramento da produção do Opala.
Logo em 1970, adotou virabrequim de maior curso, elevando seu deslocamento para 4.1 L (250 pol³). Posteriormente, ao longo do tempo, recebeu pistões mais leves e bielas mais longas.
Para manter a concorrência com o Ford Maverick Quadrijet, a Chevrolet desenvolveu em 1974, o famoso motor 250-S, onde uma leve preparação era conferida ao motor 4100, como tuchos mecânicos, carburador duplo, comando de válvulas com maior duração de abertura, lobe center de 109° com levante de 6,5mm, e também taxa de compressão 0.7 ponto mais elevada. Com este novo ajuste, a potência saltou de 115 para 153 cv líquidos — uma sensível melhora da performance.
Oferecido opcionalmente, este 250-S mais agressivo foi homologado para a antiga Divisão 1 da CBA, com taxa de compressão 9,2:1. Havia versões mais comuns do 250 com taxa de compressão de 7,8:1 e 8,5:1, e potências líquidas entre 127 cv a 153 cv, respectivamente, mas todos poderiam ser vendidas normalmente ao público em concessionárias GM!
Este motor e suas variantes, equiparam também o Chevrolet Omega, os utilitários Chevrolet Bonanza, Chevrolet Veraneio, as pick-upsChevrolet A20, Chevrolet C20 e Chevrolet Silverado, e alguns utilitários pesados, como o caminhão A60, conhecido como "canavieiro", neste último com capacidade cúbica elevada para 4.8L.
]Motores Potência
Potência liquida é a potência medida na roda do veiculo com todos seus agregados (potência real). Se a potencia fosse medida diretamente no motor sem nenhum de seus agregados, como correias, hélice do motor, embreagem, cambio, diferencial etc.., seria bem maior que a indicada na tabela seguinte.
Potência real:
- 153...... pol³ 4 cilindros (2.5 L) 80 cv liquida (1968-1969)
- 151...... pol³ 4 cilindros (2.5 L) 85 cv liquida (1974–1977)
- 151...... pol³ 4 cilindros (2.5 L) 88 cv liquida (1985-1992)
- 151/S... pol³ 4 cilindros (2.5 L) 90 cv liquida (1971–1980)
- 151...... pol³ 4 cilindros (2.5 L) 93 cv liquida (1980-1984) Ethanol
- 151...... pol³ 4 cilindros (2.5 L) 96 cv liquida (1985-1992) Ethanol
- 230...... pol³ 6 cilindros (3.8 L) 125 cv liquida (1968–1971)
- 250/S... pol³ 6 cilindros (4.1 L) 153 cv liquida (1976–1980)
- 250...... pol³ 6 cilindros (4.1 L) 135 cv liquida (1987–1990) Ethanol
- 250...... pol³ 6 cilindros (4.1 L) 118 cv liquida (1971–1989)
- 250/S... pol³ 6 cilindros (4.1 L) 128 cv liquida (1985–1989)
- 250/S... pol³ 6 cilindros (4.1 L) 121 cv liquida (1990–1992)
- 250...... pol³ 6 cilindros (4.1 L) 141 cv liquida (1991–1992) Ethanol
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